terça-feira, 17 de março de 2009

Paixão por um Axolotl

Estava eu numa livraria, passeando entre páginas e livros quando me deparei com uma foto encantadora: era um Axolotl. Paixão à primeira vista! Ele parecia sorrir para mim, me passava um sentimento puro, tão puro quanto sua cor - incolor. Até suas patinhas, tão frágeis e pequeninas me fizeram derreter. Corri ao "in Google we trust" para saber mais sobre aquele ser. É um anfíbio, como eu já imaginava, e seu nome significa "monstro d'água". Que insanidade dizer isso do animalzinho! O bichinho é mexicano e, tão primitivo - biologicamente falando -, que não evoluiu e parece um girino gigante que chega a 25 cm de comprimento, não é uma graça?!

Parece absurdo, mas ele foi inspirador. Me fez (re)pensar que talvez fosse maravilhoso ser primitivo, mínimo, estranho, quase imóvel, livre de imagens, beleza, poder. Às vezes me pergunto que vantagem leva o homem em ser homem, e pior, que sentido tem o homem cada vez mais atacado pela síndrome do "mais": o mais rico, o mais inteligente, o carro mais caro, o melhor currículo, o maior salário, a melhor faculdade. O mais otário! O Axolotl me pareceu ser tão feliz, simpático, engraçado e agradável. E me passou tudo isso. Para viver não precisa de muito. A evolução nos aprisiona e me enoja.

Não sei o que há dentro de mim ultimamente, mas as coisas mais toscas que vejo costumam me encantar e me despertar sentimentos ímpares e altamente complexos.



A foto culpada.
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Só um adendo
Durante minha pesquisa descobri que muitas outras pessoas já se encantaram pelo Axolotl à primeira vista, e um escritor belga, Julio Cortazár, escreveu o seguinte texto:


Não sei se vai fazer sentido para quem nunca foi fisgado por um Axolotl. Whatever.
PS: o texto foi traduzido para "Axolote".

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